Existe uma tendência mundial, onde pais extremamente atarefados acabam optando por refeições rápidas, prontas e muitas vezes sem grandes contribuições à real e eficaz nutrição da criança.
Excesso de alimentos industrializados, com sabor atraente, mas que contêm substâncias que mais fazem mal do que bem: refrigerantes açucarados e salgadinhos gordurosos são os preferidos das crianças.
Família e escola não devem se eximir dessa responsabilidade e ficar apenas esperando que tudo dê certo, mascarando sua falta de atenção e indiferença, sob a fuligem da falta de tempo ou da pretensa preferência das crianças, pois muitas vezes são estes os alimentos que lhes são oferecidos. A família tem importância fundamental na construção dos hábitos alimentares das crianças, pois através do exemplo, vão introjetando posturas e valores.
Ambas têm o papel da orientação, porém, só a família tem condições de oferecer as opções saudáveis, na prática, no dia-a-dia.

Investir alguns minutos por dia para planejar com os filhos a merenda e a alimentação na escola pode render às crianças mais e melhores anos de vida; aos pais, economia no orçamento familiar; e, ao meio ambiente, menos impactos negativos.
O balanceamento do consumo dos lanches industrializados – como doces, bolachas, bolos, sucos – com o aumento do consumo de alimentos in natura – como frutas frescas, por exemplo – quase sempre resulta na economia de água, energia e recursos naturais. Essa economia vem do fato que, em geral, o processo industrial demanda mais água, energia e recursos naturais do que o exige o produto in natura. Os alimentos naturais também produzem impactos, afinal muitas vezes utilizam agrotóxicos em sua produção e provocam emissões de gases de efeito estufa ao serem transportados. No entanto, o consumo de frutas e hortaliças, em geral, incentiva a economia local, pois geralmente esses alimentos são produzidos mais perto de onde são vendidos. Desta forma, beneficiam as comunidades locais e causam uma menor emissão de gases de efeito estufa devido aos trajetos mais curtos até os centros de consumo. Além disso, há uma redução da quantidade de lixo das embalagens, desde que não sejam acomodados em isopor ou filmes plásticos. Desta forma, um melhor balanceamento do consumo de lanches industrializados com produtos in natura é bom para a economia, o meio ambiente e a sociedade, além de permitir um melhor balanceamento nutricional para as crianças.

O consumo do alimento industrializado em si não é um problema. Médicos e nutricionistas recomendam barras de cereais, iogurtes ou pães de forma integrais, por exemplo. Prejudiciais à saúde são os alimentos com validade vencida, os excessivamente calóricos, os que têm excesso de sódio e gordura animal ou aqueles com gorduras trans em qualquer quantidade. Por isso, pais e mães devem ficar de olho nos rótulos para evitar que produtos com estas características façam parte da alimentação de seus filhos e ensinar seus filhos a escolher em função do conteúdo dos alimentos. Mas mesmo controlando os nutrientes do lanchinho pronto, o ideal é um balanceamento na alimentação que inclua também frutas, sucos, fibras e cereais naturais.

Além dos perigos de uma dieta nutricional desbalanceada para as crianças que só comem guloseimas e os chamados salgadinhos, há um importante fator educacional. A criança que aprende desde pequena a ter uma alimentação balanceada e vê esse exemplo em seus pais terá muito mais chance de manter esses hábitos saudáveis por toda a vida.
Uma alimentação equilibrada ajuda no controle de açúcares e gorduras, contribui para uma vida com mais qualidade e combate males como hipertensão, diabetes e obesidade, responsáveis por metade das mortes no Brasil, segundo o SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade), do Ministério da Saúde.
“Isso é coisa da idade, quando crescer, emagrece.” Na falta de um argumento defensável, muitas vezes é assim que reagem pais e parentes para justificar o sobrepeso de suas crianças. Segundo pediatras, isso não é verdade, ao contrário, a criança com sobrepeso tem mais chance de se tornar também um adulto gordinho. Em cada dez adolescentes obesos, a probabilidade é de oito tornarem-se adultos obesos.

Para evitar problemas atuais e futuros com a balança, a definição da merenda que o aluno leva para a escola e a oferta da escola, têm papel importante na educação da criança. Desde pequena, ela deve ser estimulada a boas escolhas para si, para a sociedade e para o meio ambiente. O problema vem de casa e tem de começar a ser solucionado lá. A alimentação saudável tem início com o exemplo dos pais.

As opções devem prever a inclusão de sanduíches à base de vegetais, salgados assados, bolos sem recheio ou cobertura feitos em casa, frutas frescas e picadas, sucos de frutas, água de coco e água. Não adianta simplesmente oferecer algumas frutas, elas têm de ser antes de tudo higienizadas, frescas, atraentes e apresentadas de maneira ‘amigável’, ou seja, fáceis de comer. As novidades no cardápio podem ser, uva (já retirada do cacho), melancia, mamão, melão, morango, kiwi, maçã, pêra e banana (em pedaços), tudo servido em potes plásticos, que são reutilizáveis e recicláveis.

A variedade de escolha e a facilidade do acesso a outros alimentos pode quebrar com o padrão “salgadinhos-refrigerante-hambúrguer-biscoitos recheados”. De vez em quando, não há problema, só não pode ser o padrão. Muitas crianças dizem não gostar de frutas e verduras, mas muitas vezes é porque esses alimentos não lhes são oferecidos. Se esse tipo de alimentação estiver disponível, elas comem, e a maioria gosta.
isso aí!!
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